Rebentos 2022 – Sessão 3 | 9 junho

Palavras Gastas, 2020

Realização, Argumento e Produção MARIA GIRALDES Cor RAFAEL SERRALHEIRO Música original MAI VY NGUYEN NGOC Design de Som RUI VALDEZ

A partir do poema “Adeus” (1950) de Eugénio de Andrade, Palavras Gastas chega como ilustração daquele que é um tema comum ao espectador: a separação. O filme acaba por refletir sobre o seu próprio género: quando as palavras deixam de ser suficientes, a animação ganha lugar. Os dois peixes que Maria Giraldes anima servem para nos guiar nesta viagem e parecem refletir diretamente uma parte do poema de Andrade:

“Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.”

Mas agora já nada parece possível. As palavras nada mais são que uma metáfora para os sentimentos, os sentimentos estão gastos – “antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro” – e agora o que resta?

“Não temos já nada para dar. Dentro de ti
Não há nada que me peça água. O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.”

Uma bela forma de nos trazer este tema pelo qual praticamente todos nós já passamos, ainda que de formas diferentes. Nesta água temos contidas as diversas correntes, correntes que representam as diver- sas formas de ultrapassar uma separação e as diversas formas como esta nos pode afetar.

Inês Moreira

Blood, 2021

Realização SAEID KHAJENOORI Produção MOHAMAD TAHIR KAJENOORY Argumento SAEID KHAJENOORI Operador de câmara MAJID GHORBANIFAR Captação de som AHMAD MEHRI Montagem MEHDI KAZEMI Música SIAMAK RISTA Elenco AHMADREZA MEYSAMZADEH, MOJTABA MONTAZERI, ROYA TAVASSOLI, PARISA GOLDASTEH, ALIREZA AZIMI

Uma blusa no chão. Fragmentos de louça quebrada. Uma moldura partida. Uma garrafa de vodka vazia. Um cinzeiro. Um telefone a tocar. Uma ventoinha. Um close-up de uma mão. É assim que abre Blood do iraniano Saeid Khajenoori que demonstra mestria ao usar estas imagens para nos introduzir à história, história esta que se ocupa de muito pouco diálogo. Os planos parados dos objetos conversam com o espectador que passa o filme todo a tentar juntar as peças do puzzle. Um homem de meia-idade tenta recuperar da perda da sua mulher, mas o sangue que acredita escorrer-lhe pelo nariz não deixa. Tenta ir ao hospital mas ninguém o parece levar a sério. Apesar do nome e da descrição do filme, o espectador não vê nunca o sangue. Esta ausência representa uma dor que não é visível, uma dor que provém da alma e que corrompe esta alma, infelizmente, até à morte. “What is the cause of death?/ It seems he had a hard bleeding./ A hard bleeding? What do you mean?/ Nothing”. O filme apresenta uma estrutura circular sendo que o seu final rima com o início. Mas no lugar de todos aqueles objetos, vemos apenas o telefone a tocar que corta para um corpo sem cor (sem alma). O telefone revela-se mais importante que os outros objetos, e faz-nos pensar sobre a questão da incomunicabilidade. Parece haver, desde o início do filme, uma falha na comunicação que acaba por piorar o estado deste homem que morre sozinho e distante do resto do mundo. A dor da perda revela-se fatal.

Inês Moreira

Storgetnya, 2021

Realização HOVIG HAGOPIAN Argumento HOVIG HAGOPIAN Produção ASTRIG CHANDÈZE-AVAKIAN Fotografia HOVIG HAGOPIAN Montagem LUCIE BRUX Som HAYK ISRAELYAN, BENOÎT GARGONNE, SYLVAIN ADAS Música VARDAN HARUTYUNYAN Elenco KHUSIK GABRIELYAN, INGA GASPARYAN, SAMVER VARTANYAN, ANNA BEGLARYAN, ALYOSHA KHACHATRYAN, ANNA HOVHANNISYAN, ANUSH VOSKANIAN, VALERIK ASATRYAN

Uma blusa no chão. Fragmentos de louça quebrada. Uma moldura partida. Uma garrafa de vodka vazia. Um cinzeiro. Um telefone a tocar. Uma ventoinha. Um close-up de uma mão. É assim que abre Blood do iraniano Saeid Khajenoori que demonstra mestria ao usar estas imagens para nos introduzir à história, história esta que se ocupa de muito pouco diálogo. Os planos parados dos objetos conversam com o espectador que passa o filme todo a tentar juntar as peças do puzzle. Um homem de meia-idade tenta recuperar da perda da sua mulher, mas o sangue que acredita escorrer-lhe pelo nariz não deixa. Tenta ir ao hospital mas ninguém o parece levar a sério. Apesar do nome e da descrição do filme, o espectador não vê nunca o sangue. Esta ausência representa uma dor que não é visível, uma dor que provém da alma e que corrompe esta alma, infelizmente, até à morte. “What is the cause of death?/ It seems he had a hard bleeding./ A hard bleeding? What do you mean?/ Nothing”. O filme apresenta uma estrutura circular sendo que o seu final rima com o início. Mas no lugar de todos aqueles objetos, vemos apenas o telefone a tocar que corta para um corpo sem cor (sem alma). O telefone revela-se mais importante que os outros objetos, e faz-nos pensar sobre a questão da incomunicabilidade. Parece haver, desde o início do filme, uma falha na comunicação que acaba por piorar o estado deste homem que morre sozinho e distante do resto do mundo. A dor da perda revela-se fatal.

Inês Moreira

Mea Filia, 2020

Realização e Produção CHRISTINE TSAKMAKA Fotografia MANTALENA KONTOGIANNI Edição ARIS FREGGIDIS Som HELEN KAVOUKI, EFTICHIA KAMENAKI Música ACHILLEAS RADIS Set Design KONSTANTIA PITSIOU Guarda-roupa PENNY PIPILI Elenco ANNA MARIA GATOU, CHRISTOS BATZIOS, KALLIESTIE FRANTZELOPOULOU, KIKI FESTERIDOU, ELENI THIMIOPOULOU

Uma blusa no chão. Fragmentos de louça quebrada. Uma moldura partida. Uma garrafa de vodka vazia. Um cinzeiro. Um telefone a tocar. Uma ventoinha. Um close-up de uma mão. É assim que abre Blood do iraniano Saeid Khajenoori que demonstra mestria ao usar estas imagens para nos introduzir à história, história esta que se ocupa de muito pouco diálogo. Os planos parados dos objetos conversam com o espectador que passa o filme todo a tentar juntar as peças do puzzle. Um homem de meia-idade tenta recuperar da perda da sua mulher, mas o sangue que acredita escorrer-lhe pelo nariz não deixa. Tenta ir ao hospital mas ninguém o parece levar a sério. Apesar do nome e da descrição do filme, o espectador não vê nunca o sangue. Esta ausência representa uma dor que não é visível, uma dor que provém da alma e que corrompe esta alma, infelizmente, até à morte. “What is the cause of death?/ It seems he had a hard bleeding./ A hard bleeding? What do you mean?/ Nothing”. O filme apresenta uma estrutura circular sendo que o seu final rima com o início. Mas no lugar de todos aqueles objetos, vemos apenas o telefone a tocar que corta para um corpo sem cor (sem alma). O telefone revela-se mais importante que os outros objetos, e faz-nos pensar sobre a questão da incomunicabilidade. Parece haver, desde o início do filme, uma falha na comunicação que acaba por piorar o estado deste homem que morre sozinho e distante do resto do mundo. A dor da perda revela-se fatal.

Inês Moreira

The Dream, 2020

Realização, Argumento, Produção, Edição TAMARA BROCLC Correção de Cor MILOS RADOVANOVIC Elenco JELENA RADOVANOVIC

Uma blusa no chão. Fragmentos de louça quebrada. Uma moldura partida. Uma garrafa de vodka vazia. Um cinzeiro. Um telefone a tocar. Uma ventoinha. Um close-up de uma mão. É assim que abre Blood do iraniano Saeid Khajenoori que demonstra mestria ao usar estas imagens para nos introduzir à história, história esta que se ocupa de muito pouco diálogo. Os planos parados dos objetos conversam com o espectador que passa o filme todo a tentar juntar as peças do puzzle. Um homem de meia-idade tenta recuperar da perda da sua mulher, mas o sangue que acredita escorrer-lhe pelo nariz não deixa. Tenta ir ao hospital mas ninguém o parece levar a sério. Apesar do nome e da descrição do filme, o espectador não vê nunca o sangue. Esta ausência representa uma dor que não é visível, uma dor que provém da alma e que corrompe esta alma, infelizmente, até à morte. “What is the cause of death?/ It seems he had a hard bleeding./ A hard bleeding? What do you mean?/ Nothing”. O filme apresenta uma estrutura circular sendo que o seu final rima com o início. Mas no lugar de todos aqueles objetos, vemos apenas o telefone a tocar que corta para um corpo sem cor (sem alma). O telefone revela-se mais importante que os outros objetos, e faz-nos pensar sobre a questão da incomunicabilidade. Parece haver, desde o início do filme, uma falha na comunicação que acaba por piorar o estado deste homem que morre sozinho e distante do resto do mundo. A dor da perda revela-se fatal.

Inês Moreira

Ficha Técnica:

  • Direção do Ciclo: Nuno Cintra
  • Programação: Nuno Cintra, Inês Moreira …
  • Produção:
  • Design: Ivânia Pessoa
  • Comunicação: Joana Enes e José João Batista
  • Folhas de Sala: Afonso Matos e Inês Moreira